quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

ping prt.sc

Estranhos tempos estes.

Começou o BRM do DIS29500. A Microsoft "abraça" convictamente o Open Source. O Paquistao bloqueia o Youtube para bem do Mundo.

Com tudo a correr tão bem, não tardará que Santana e Sócrates façam as pazes, que chegue a paz ao médio Oriente, a democracia a Cuba... e até Rui Seabra dará uma nova oportunidade a Marcos Santos.

E, é claro, cá estará o Print Screen para contar tudo em directo.

Neste primero post ligado ao grande ecran, quero agradecer as boas vindas dadas na mailing list e prometer (já que todos os novos ciclos se iniciam com promessas) algumas coisas no que respeita às contribuições deste blog.

Entre as promessas mais importantes, conta-se por exemplo não falar de gadgets da Apple nem de Futebol, salvo talvez para demonstrar como se arremessam gadgets da Apple em jogos de Futebol.

Outra promessa essencial é não fazer posts de uma linha só, excepto se se tratar de uma linha de mais de 800 caracteres sem line breaks e que não comece por http.

Uma promessa final, porventura a mais importante, é não dizer mal de Portugal. Se mal houvesse a dizer seria dos Portugueses pois Portugal, segundo sei, está bom e recomenda-se.

Assim sendo, estão reunidas as condições para avançarem os octectos open source. Convido-vos a ler o post inaugural e a dar o vosso feedback sempre que quiserem.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

As letras miudinhas

No meio da tão aclamada nova estratégia de abertura da Microsoft para expandir a interoperabilidade parece importante salientar algumas das letras miudinhas:

Microsoft is providing a covenant not to sue open source developers for development or non-commercial distribution of implementations of these protocols. These developers will be able to use the documentation for free to develop products. Companies that engage in commercial distribution of these protocol implementations will be able to obtain a patent license from Microsoft, as will enterprises that obtain these implementations from a distributor that does not have such a patent license.

Ou seja, onde até agora sempre houve uma mistura saudável entre developers individuais e instituições no âmbito de desenvolvimento open source, pretende a Microsoft introduzir uma abordagem fracturante.

Vejamos: o developer individual poderá consultar a documentação técnica sem problemas e com isso melhorar a compatibilidade de um dado projecto com sistemas ou formatos da Microsoft. Oooppsss.... e quando alguém comercializar serviços sobre esse projecto? Aí há que negociar uma licença.

Pretende assim a Microsoft introduzir dependências nos outrora independentes projectos. Iremos ser ingénuos a este ponto?

Referências:

Press Release da ESOP
Divide and Conquer

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

SAM thing in the way (Sysadmin de microondas - II)

Não foi por acaso que já aqui falámos antes dos Sysadmin de Microndas (SAM). Essa espécie que não parece estar em vias de extinção (embora se espere que não esteja também em expansão) é passível de ser encontrada nas melhores "lojas da especialidade" em qualquer dos lados do balcão. Alguns dos exemplares mais típicos conseguem soletrar os Ghz do último processador lançado ontem à tarde em Taywan, muito embora não façam ideia do que seja DNS, LDAP, HTTP,... e acham que uma firewall é um programa que se instala no PC para proteger o utilizador de outros programas que se instalaram no PC sem ele saber.

Não é por acaso que ao superavit de administradores Windows que temos em Portugal, corresponde um deficit de administradores Unix/Linux/BSD hardline. Também não é por acaso que os dois mundos quase não se tocam. Um administrador Windows é em muitos, muitos casos (não sempre) um SAM++ (que tal um SAM# ??!). Ou seja, existe uma correlação entre abundância de SAMs e a quota de mercado Microsoft.

Mas porquê é que é assim?

A resposta está nas curvas de aprendizagem. O sistemas Microsoft são de facto fáceis de utilizar o que é bom para os utilizadores. Ora quando um utilizador habituado a facilidades se quer converter num sysadmin habituado a facilidades, o único caminho a seguir é este. E de certo modo funciona.... é muito mais rápido aprender a "fazer coisas" neste tipo de plataforma. Num país com tradição em técnicas de lucro fácil e rápido enriquecimento esta é uma receita campeã.

Vejamos a seguinte figura:


Quando apita o microondas, quem é que está mais avançado na aprendizagem?

Claramente é o administrador Windows, porque o aprendiz de Jedi Linux, foi obrigado a seguir pelo caminho das pedras e ainda se encontra perdido a marrar entre tails, greps, awks e seds. Mas a médio/longo prazo o GUI fechado dos sitemas Windows torna-se um factor limitante que impede um natural aprofundar de conhecimentos e o administrador Linux entra num ritmo rápido de aprendizagem que as bases que tanto lhe custaram a adquir lhe conferem. Os nutrientes de absorção lenta, como capacidade de scripting, agilidade a consultar logs, rapidez de consulta de documentação e muitos outros começam pois a pesar vantajosamente.

Em resumo, "fast, good and cheap: pick two!"

Na aprendizagem de administração de sistemas Linux, ficamos com o good and cheap: o fast está fora de questão. Mas tem mesmo que ser assim, porque a matéria é complexa e como toda a gente sabe: a excelência dá trabalho.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Redes de acesso - III

Hardware that works

Na sequência dos artigos anteriores, em que foi debatida a importância da fiabilidade do hardware, fica aqui a nossa recomendação de hardware para serviços com uptime "ilimitado".


Modem ADSL Huawei Smartax MT882 - pacote Clix (25 EUR)
(usado em bridged mode)



Gateway Soekris Engineering net4501 (~300 EUR)
(usado com Pyramid Linux + scripts)

A combinação destes dois componentes de hardware permite implementar um acesso ADSL extremamente estável a custos bastante reduzidos. A gateway net4501 funciona com um flash card, ficando o sistema operativo read-only após terminada a configuração.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Apagão

A interrupção/degradação de serviço originada por cortes em 3 cabos submarinos tem dado bastante que falar (CNN,BBC), desde notícias ocasionais nos media mainstream a curiosas teorias de conspiração. Segundo várias fontes os três cabos afectados por este incidente foram:

FLAG Europe-Asia
FLAG Falcon
SEA-ME-WE 4

tendo sido parte do tráfego redireccionado via SEA-ME-WE 3 entre outros. Na origem do problema, estiveram supostas tentativas de ancoragem de navios, inicialmente perto do Egipto (FLAG Europe-Asia e SEA-ME-WE4) e posteriormente ao largo do Dubai (FLAG Falcon), causadas pelo mau tempo.

Este tipo de situação vem lembrar-nos o quão importante é a redundância nos acessos internacionais, dada a dependência das economias desenvolvidas nas comunicações fixas. De facto, com a tecnologia actual, em que uma única fibra pode chegar a transportar débitos da ordem de 1.6Tbs (ex: 160x10Gbps), um simples corte numa secção critica de cabo multi-fibra poderia na ausência de redundância eficaz levar à paralização de economias. A redundância torna-se assim uma necessidade não só técnica, mas também política, como garantia do não isolamento de um país no caso de um acidente/incidente de tipo.

Já o mesmo não acontece nos países menos desenvolvidos. Conta quem habitualmente viaja para África que as condições de acesso degradado originadas por este triplo incidente em certos países do Mediterrâneo e Médio Oriente, são o estado "normal" das comunicações de alguns dos PALOP. Serviços esses que estão disponíveis a custos que qualquer Europeu acharia impensáveis. Note-se que as telecomunicações em África são essencialmente alimentadas por acessos via satélite e pelo cabo SAT-3, sobre o qual há muito paira uma acesa controvérsia.

Referências:

Submarine Communications Cable (Wikipedia)
Mapa global de cabos submarinos (Alcatel)
Effects of Fibre Outage through Mediterranean
Shuttleworth urges telecoms reform
WDM

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

XML hell

Although it's somewhat tempting to just tell the world in bold letters what's been going on with the CT173 Technical Comitee in the last months we feel our energy is better employed on working along with the few participants who, with different views and opinions, have technical contributions to come up with.

As a wrap up of the last meeting brainstorming we put together this informal presentation which summarizes our views as of pre-BRM period. There's still a lot to be done concerning the analysis since, according to Alex Brown, countries should have an opinion on all dispositions of comments.