A comemoração dos 5 anos do Firefox é também uma oportunidade para relembrar o longo e penoso percurso de reconquista da web e os efeitos gravíssimos do monopólio que nesta se fez sentir durante vários anos. Os exemplos são vários: da geração de webdesigners do Frontpage que faz código a martelo, aos sites que funcionam apenas em Internet Explorer e à utilização de tags proprietárias e mecanismos ActiveX; do desrespeito pelos standards, à estagnação do IE6 (posteriormente melhorado pelos IE mais recentes já em ambiente de concorrência...). Talvez a geração mais nova não faça uma leitura tão extrema, mas tudo isto é óbvio para quem conheceu o antes (a navegar com Netscape 3 sobre Solaris em terminais X NCD), o durante e está feliz com o depois.
Com a web 2.0 veio o Firefox, o Safari (baseado no KHTML), as Wikis, os blogs, os CMS, o Ajax, o Twitter, o Google Maps, e ... voltou a interoperabilidade. Este é um dos pontos mais fortes do Firefox, que permite uma navegação web semelhante em diferentes plataformas, como o antigo Netscape do qual nasceu o projecto Mozilla. Outras inovações como os tabs, e a pesquisa integrada no Google e outros motores de busca foram igualmente introduzidos por browsers da Mozilla. Mas algo que tornou o Firefox especial foram as suas extensões... multiplataforma.
E como está a web portuguesa no meio disto? Está bem melhor. Embora ainda existam algumas aberrações, já se vêem igualmente sites de muito boa qualidade. No ponto óptimo? Certamente que não. Ainda existem sites desenhados por completo em flash (e portanto com fraca acessibilidade e nenhuma linkabilidade) e outros que não se percebe se foram desenhados ao acaso. E ainda existem tentativas de fecho da Web em torno de plugins como o Silverlight. Mas o que é facto é que as empresas e instituições públicas já estão preocupadas em ter uma presença digna na web.
Mas falta ainda bastante trabalho, como por exemplo generalizar-se a validação do HTML (2 exemplos que validam perfeitamente no W3 Validator: Angulo Sólido, ESOP). Dir-se-ia, tecnicamente falando, que no que respeita a conformance temos ainda muito que fazer embora tenha havido grandes melhorias no campo da interoperabilidade. A este respeito é positivo assinalar que os dois grandes entraves à utilização profissional de plataformas não Microsoft abriram finalmente as portas. Falamos é claro da Vortal e do BPI Net Empresas. Não sem luta, não sem resistência, não sem perda de clientes. Mas cedendo aos argumentos de quem acima de tudo... tem razão.
Como nota final, apenas se refere que a expectativa é grande em relação à adopção do HTML5. Especialmente no que respeita aos codecs de video sobre os quais, infelizmente, não se chegou ainda a um consenso.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
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3 comentários:
"Outras inovações como os tabs, e a pesquisa integrada no Google e outros motores de busca foram igualmente introduzidos por browsers da Mozilla."
não, não foram. foram introduzidas pelo opera. aliás, boa parte das inovações nos browsers de à uns anos para cá foram lançadas pelo opera e depois introduzidas pela mozilla.
Mas como o opera não é "aberto" é sempre relegado para segundo plano, apesar de, na maior parte das vezes, estar muito à frente dos outros. Só tem perdido a corrida na área do javascript porque no resto está em todas. e sim, também suporta extensões e etc.
Right! Não foram introduzidas pela Mozilla, apenas se tornaram populares por via dos browsers da Mozilla:
http://en.wikipedia.org/wiki/Tab_%28GUI%29
Este link cita exemplos anteriores.
Reparei que o ZONbook recentemente lançado pela ZON ( http://www.zon.pt/Internet/Detalhe.aspx?detail=XzU29a6 ) que, apesar de trazer o Windows 7 ( e porque não um Linux ? ) é dos poucos que vem carregado com Open Source a começar pelo Firefox que é o meu browser de eleição. Como o "bichinho" está pelos 199€ vou experimentar um! Depois logo digo como foi com o Firefox no W7...
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