domingo, 4 de julho de 2010

Adeus Microsoft, Olá bom senso

Em plena crise económica João Paulo Girbal (JPG), ex-presidente da Microsoft Portugal, fez declarações ao Expresso. As declarações, no contexto de um artigo sobre Concorrência, são do mais elementar bom senso e praticamente à prova de crítica. São feitas na figura de representante de uma associação de fabricantes de produtos de marca (a que julgo se contraporem os produtos de marca branca ou marcas associadas a grandes superfícies) que aparentemente se sentem esmagados pela pressão dos preços nas superfícies de venda ao público.

Uma vez que defende a intervenção da tutela na promoção de “desenvolvimento sustentável e criação de valor local” e está preocupado com problemas de concorrência e situações de “produto único”, seria interessante saber o que pensa João Paulo Girbal sobre o acoplamento forçado entre equipamentos e sistemas operativos que a Microsoft tem promovido anos a fio com a cumplicidade de marcas como a Toshiba, HP, Sony, etc, sob a passividade e inacção da nossa Autoridade da Concorrência. Será ficção? Não é. Basta ver que no momento em a força do monopólio foi muito timidamente aliviada (projecto e-escolas apenas uma marca, a INSYS, tinha oferta Linux Caixa Mágica, porque todas as restante se opuseram) logo a oferta “alternativa” vendeu dezenas de milhares de unidades.


Isto para não relembrar o saga ODF / OOXML. Ou a fantochada multiplataforma do Silverlight com a pretensa implementação da Novell que está constantemente desactualizada. Tais situações certamente desagradam a JPG. É que a Microsoft tem perseguido, por todos os meios, precisamente aquilo que JPG actualmente não aprova. E, para satisfação da própria, a tutela não tutela e o consumidor nem sempre se apercebe.




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