Aparentemente, esta receita é a que está a ser seguida.
Ingredientes:
representantes da indústria em estado de negação, advogados negociadores de copyright em slow motion, cidadãos activistas, cidadãos indiferentes, deputados, comentadores, bloggers e empresas de telecomunicações.
Procedimento:
- Criar um mercado de telecomunicações em que o acesso em banda larga se generaliza, a preços relativamente competitivos
- Não disponibilizar neste mercado - onde tudo o resto funciona bem - uma oferta credível de acesso legal a conteúdos protegidos por direito de autor (ver este texto)
- Garantir que nos poucos serviços acessíveis os pagamentos não funcionam com métodos seguros (Multibanco, MBNET), resumindo-se a métodos inseguros (cartão de crédito de plástico) e que existem incompatibilidades QB entre sistemas operativos
- Lamentar recorrentemente as perdas "resultantes" da pirataria, sem no entanto investir na oferta legal, deixando que a pirataria comece a ser aceite em termos culturais
- Deixar passar vários anos nesta situação, até que a geração de piratas "filhos" se converta numa geração de piratas "pais", cidadãos adultos para quem piratear é perfeitamente normal
- Sobre o leite derramado reagir à bully com abusos aos direitos fundamentais dos consumidores (rootkit Sony, tratado ACTA, ...)
- Tentar introduzir taxações indiscriminadas sobre dispositivos de armazenamento, taxas estas que, mesmo que não avancem, irão polarizar os cidadãos no sentido contrário e caso avancem irão convence-los de que os direitos de autor afinal são pagos a montante ( "agora sim, não há qualquer problema em piratear")
No fim, admirem-se quando os cidadãos revogarem, em termos práticos, o direito de autor e se indisponibilizarem de todo para pagar por conteúdos digitais.
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